Eu vi Alice, ela estava linda como sempre, mas seu sorriso mostrava claramente a tristeza que a preenchia. Ela me olhou, como quem tenta disfarçar o que a inquieta. Eu a conheço, ela não é assim, ela está assim, ou estava. Soube que eu era o que ela precisava, e ao mesmo tempo o que ela mais precisava evitar. Tudo o que eu podia dar, ela não queria receber, e quando eu queria fugir, tudo o que ela fazia era me prender.
Alice, minha Alice, ingênua, não conhece a si própria, não consegue se olhar, não retorna o olhar de quem a quer amar. Eu a entendo, de alguma forma, sei que só eu posso fazê-la entender que não pode entendê-la.
Alice joga seu cabelo, joga na minha cara o que eu não quero ver, Alice provoca, chega perto, se afasta, e some, e ninguém sabe quando volta. Nem ela sabe. Nem você, Alice.