segunda-feira, 8 de agosto de 2011

My sweet adversary



Venho percebendo que com o passar do tempo a poesia está virando bagunça. A palavra poema tem perdido seu significado, a música não é a mesma, o amor está banalizado. Algumas pessoas têm o dom de atrapalhar o que está ótimo, tentando modernizar, fazer diferente. Não que isso seja ruim, de maneira alguma, é até ótimo mudar e sair da normalidade, mas se for fazer, faça direito. Não deixem que a poesia com sentimentos reais desapareça, que o poema perca totalmente a sua forma. Que a música não deixe de ser um mundo alternativo... Mas o amor, que seja a moda antiga. Com flores e palavras verdadeiras, com romantismo e carinho. Se for pra mudar o amor, que façam que todos possam amar, sem serem julgados, sem ser visto como errado. Amor é amor, é poesia em forma de poema, amor é música. É uma música que todos deveriam escutar.

                "Like a flame that seeks explosive, as gunpowder needs a war, I feast inside you, my host is you." (Björk – Virus)

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Poesia


Já cheguei a achar que achei erros em você.
Já cheguei a sentir felicidade.
Já pulei carnavais no meu peito.
Já cheguei a pensar na simplicidade.

Mostrar poesias com apenas oito versos...
Mas falar de menos parece ser errado.
Desenhar linhas, palavras e verbos.
Mas tudo parece tão desalinhado.

Já cheguei a achar que achei erros em você.
Já cheguei a mentir felicidade.
Já pequei em mudar o meu conceito.
Resolvi fingir que é verdade.

Apagar histórias prontas, inventar personagens.
Criar um novo biotipo, uma nova personalidade.
Viajar pra longe, sem dinheiro, sem passagem.
Voltar para mim e só ver felicidade.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

1/4



Hoje estou em meu quarto, não desejo sair daqui nem por um copo d’água.
A vida no meu mundo é menos complicada que no mundo real, pensando no que as pessoas pensam e amando o que as pessoas não amam.
Rabisco a parede, arrisco e descubro a arte na palavra chave da minha vida. Nas fotos descubro erros de português, rugas e marcas de sorriso que serão odiadas no futuro. Vejo espelhos, vejo fantasmas, convivo com o desconhecido, que na maioria das vezes me conhece mais do que os que fingem se interessar pelas minhas palavras.
Ninguém consegue me descobrir sozinho, não que tenham tentado, mas no meu quarto é que descrevo o que sou e o que penso, e o que mais ninguém pode achar. Não permito a entrada de ninguém. Não trabalho a ideia de ser uma pessoa melhor, não me interesso em ser perfeito, não pra outra pessoa, sou perfeito pra mim e é com isso que me importo. Sou feliz com a minha felicidade, fico triste com minhas desilusões. E seria contradição falar que eu não entendo meus próprios sentimentos? Eu não me entendo, mas meu quarto, ele sim me entende.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Retrocesso



A observo de longe, observo seu caminhar, o penteado bagunçado e todas as sardas em seu rosto. De longe vejo os detalhes do seu sorriso, observo a calça desbotada, reparo à distancia a unha mal feita. Ouço à quilômetros a risada tímida e a voz baixa e doce que só ela tem. Seco suas lágrimas com o lenço de papel da minha gaveta sem sair da minha casa. Sussurro palavras de amor em seu ouvido na nossa cama imaginária. Mando cartas e cartas com apenas três palavras que ela insiste em não ler.
Faço-me de idiota, sou poeta, sou hipócrita ao ponto de desmentir lhe querer. Tiro fotos de suas pernas, apago sua ansiedade, lhe mando flores, lhe conto segredos, lhe beijo. Vejo a indecisão corroer seu fígado e escurecer seus pulmões. Revelo as fotos de suas pernas, em movimento, andando, andando, correndo. E então a observo de longe, observo seu caminhar, o penteado bagunçado e todas as sardas em seu rosto.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lhe aviso que



Não quero ser o motivo de sua alegria, nem da sua tristeza. Não quero ser o motivo das palavras que você escreve e nem do ar que você respira. Não quero ser a causa das suas lágrimas e sorrisos, dos seus tombos e recaídas. Não quero ser a razão pela qual você escreve, canta, pula, sussurra, ama, grita, fala, debate. Não serei algum intuito, não serei o desgaste do seu querer. Não quero que me ver seja o pretexto para sua excitação. Não quero que seja eu a causa, se é para eu ser algo, que eu seja a consequência.