segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Silêncio


-        Me peguei pensando no que você significa pra mim.
-        E o que você pensou? Chegou a alguma conclusão?
-        Não, mas quase.
-        Quase?
-        É.
-        Já pensei nisso também.
-        No que?
-        No quase...

(Silêncio)

-        Mas pensou mais de uma vez?
-        Pra quê?
-        Pra ver se estava certa.
-        Eu estava certa, sempre estou.
-        Mas e se dessa vez...
-        Para... E agora? Chegou a alguma conclusão?
-        Sim, mas não quero falar.
-        Tudo bem.
-        Insiste, vai.
-        Não.
-        Você quem sabe... Mas você não quer saber?
-        Quero, só não gosto dessa coisa de ficar implorando.
-        Você é tudo...
-        Que?
-        Agora você.
-        Entendi.
-        Vamos? Você é tudo.
-        Você é quase.
-        Você é água, ar...
-        Fogo.
-        Oxigênio, chão.
-        Essência, complemento, opção.
-        Inteiro, pulsação, equilíbrio...
-        Força, apoio.
-        Base.
-        Quase.
-        Tudo.

(Silêncio)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Sorrir, Cantar e Fazer



Têm dias em que a gente só quer escrever, outros esquecer e outros, amanhecer.
Têm momentos que queremos reviver, outros permanecer, e alguns nem perceber.
Algumas pessoas, sem notar, começamos a amar, outras apenas a gostar e já outras gostariamos de nem lembrar.
Têm músicas que além de ouvir, a vontade que dá é de despir, digerir ou dirigir pra longe.
Aquelas cartas que deixamos de compor, por no correio e depois apenas supor.
Há livros que além de ler a gente pensa: "por que não escrever?", mesmo lembrando que algumas coisas fazem doer e nos fazem tremer.
Algumas lembranças gostaríamos de rebater, outra debater, outras... envelhecer com elas.
Algumas fotos podíamos revelar, algumas queremos queimar mas algumas são tiradas apenas pra guardar e guardar.
Às vezes só queremos construir um futuro que está por vir, sem desistir ou cair, mas o que temos que fazer é sentir, assistir o que está por vir e distrair.

Ou não.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Um Dia




Um dia nublado em que nada se espera. Nem sorrisos, nem dores, nem acontecimentos muito marcantes. Talvez uma unha quebrada ou um dedinho dolorido depois de bater em algum móvel da sala, ou um sorriso dado sem querer depois de um beijo de novela, quem sabe uma gargalhada com alguma piada nova do jornal de sempre.
Você se lembra que têm coisas para serem resolvidas de manhã. Pagar contas, levar o cachorro pra passear, comprar pão na padaria do seu Zé e buscar a roupa na lavanderia. Tudo normal, pensa que o dia não será mais proveitoso que o normal. Porém meu rapaz, você está enganado.
Uma ligação, um encontro casual. Tudo muda. Talvez fosse um dia normal pra qualquer outra pessoa, um dia bobo, ou passado despercebido. Mas há momentos, meu caro, que são únicos. Momentos que as lembranças ruins e suas obrigações precisam ser deixadas em segundo plano, nem que seja por uma fração de segundos.
Um sorriso, seu ou de outra pessoa, causado por não se sabe o que, pode mudar e marcar não só o seu dia, como a sua vida. Uma piscada de olhar pode ser mais impactante que o dedo que bateu num móvel da sala. Como uma palavra dita errada pode passar tão despercebida quanto um sorriso dado sem querer depois de um beijo de novela. Uma piada nova pode ser encontrada no jornal de sempre.
Um dia em que nada se espera pode ser um dia de grandes mudanças.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Aquele caso ou só mais um descaso.




Lembra daquela música? Aquela que a gente ouvia uns anos atrás? Naquela época a gente não estava se importando com os acordes... Na verdade não nos preocupávamos nem com a letra e nem sabíamos quem a cantava, a gente só sentia a melodia. E que melodia, não? Acompanha-nos até hoje, na lembrança, claro... Porque sempre procuro essa música em todos os lugares, procuro aquele disco para eu ouvir de novo e não acho, até procurei no meio das suas coisas. Você lembra que lindo era o disco? A capa era perfeita, dizia tanta coisa para nós... Todas as músicas eram realmente boas, mas aquela em especial era a que a gente aumentava o volume pra ouvir melhor. Ouvir não, sentir. Porque era exatamente isso que fazíamos juntos: sentíamos as coisas, as músicas, os momentos. Aquela música... Você me disse que nunca tinha a ouvido antes de me conhecer, na verdade eu também não tinha, acho que a descobrimos juntos... Queria tanto ouvi-la de novo, mas não quero ouvi-la sozinho, quero você aqui comigo, ouvindo, sentindo a melodia como nos velhos tempos, mesmo eu sabendo que não será a mesma coisa, afinal hoje nós já prestamos atenção na letra e já sabemos muito sobre quem a canta.

quinta-feira, 22 de março de 2012

O Livro





Um livro... Um simples objeto que te faz viajar, conhecer lugares, pessoas, sensações. Te faz ter poderes, ler mentes e sonhar acordado. Um livro, uma história, é o que você espera. Uma história fictícia para esquecer da vida real, esquecer problemas, pessoas...
Então você pega um livro, aquele que você parou de ler por algum motivo. Primeiro admira a capa, que foi elaborada, escolhida para que pudesse representar um pouco do que está por vir. Depois lê o título e se pergunta por que parou de ler aquela história, do que podia se lembrar, ela era ótima, tinha ritmo, te fazia viajar e querer ler mais todo instante. Então você lembra que o título, apesar de simples era parte do enigma, descrevia um pouco o livro. Sorri. A partir desse momento você começa a sentir a história, lembrar dos personagens, até que abre o livro. Algo está marcando uma página, provavelmente onde parou de ler. Esse "algo" cai no chão: uma carta, que te faz voltar instantaneamente ao mundo real... E te faz chorar. 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

My sweet adversary



Venho percebendo que com o passar do tempo a poesia está virando bagunça. A palavra poema tem perdido seu significado, a música não é a mesma, o amor está banalizado. Algumas pessoas têm o dom de atrapalhar o que está ótimo, tentando modernizar, fazer diferente. Não que isso seja ruim, de maneira alguma, é até ótimo mudar e sair da normalidade, mas se for fazer, faça direito. Não deixem que a poesia com sentimentos reais desapareça, que o poema perca totalmente a sua forma. Que a música não deixe de ser um mundo alternativo... Mas o amor, que seja a moda antiga. Com flores e palavras verdadeiras, com romantismo e carinho. Se for pra mudar o amor, que façam que todos possam amar, sem serem julgados, sem ser visto como errado. Amor é amor, é poesia em forma de poema, amor é música. É uma música que todos deveriam escutar.

                "Like a flame that seeks explosive, as gunpowder needs a war, I feast inside you, my host is you." (Björk – Virus)

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Poesia


Já cheguei a achar que achei erros em você.
Já cheguei a sentir felicidade.
Já pulei carnavais no meu peito.
Já cheguei a pensar na simplicidade.

Mostrar poesias com apenas oito versos...
Mas falar de menos parece ser errado.
Desenhar linhas, palavras e verbos.
Mas tudo parece tão desalinhado.

Já cheguei a achar que achei erros em você.
Já cheguei a mentir felicidade.
Já pequei em mudar o meu conceito.
Resolvi fingir que é verdade.

Apagar histórias prontas, inventar personagens.
Criar um novo biotipo, uma nova personalidade.
Viajar pra longe, sem dinheiro, sem passagem.
Voltar para mim e só ver felicidade.