domingo, 5 de dezembro de 2010

O Aparente...





Está tudo bem, meu bem. É só uma falta de ar, um mal estar ou qualquer coisa que logo vai passar.
Está tudo bem, amor. Não questione a forma que estou, não mudei, está tudo bem.
Vou ali fora fumar um pouco, não, não precisa vir, fique aí, preciso olhar os carros irem e virem, preciso de um tempo com eles.
Vou ao banheiro, preciso vomitar, não, está tudo bem, eu só quero ver qual cor é meu estomago.
Não, não vou sair querida, a cidade está cheia de carros, um deles podem nos atropelar, gosto da segurança da minha casa, longe da preocupação de te agradar.
Está tudo bem, meu doce, esse gosto já vai sair da sua boca, beba algo, vai passar. Estou aqui com você, tudo vai ficar melhor.
Conte para mim seus segredos, divida comigo essa dor, não vou te julgar, prometo não ir embora, vai ficar tudo bem.
Foi só um arranhão, logo passa, lave bem a ferida, pelo menos essa irá cicatrizar.
Jogue fora aquela carta, não leve em consideração uma palavra, eu não estava sóbrio quando a escrevi, estava embriagado. Não, eu não bebi aquela noite, só estava cheio de paixão, é, já passou.
Leia um livro, mas não se lembre de mim, vou morrer daqui a alguns minutos, não note minha ausência, não farei falta.
Desapareci. Você já não se lembra mais de mim, mas sonha comigo, sonha que eu apareça um dia. Não queira isso, meu bem, eu não trago seu bem. Só trago a dor desesperada a qual você quer se livrar.

sábado, 27 de novembro de 2010

Pequena opinião sobre o que não existe.



Somos pássaros, pipas e gafanhotos. Estamos sempre no céu, acima. Pensamos mais rápido e certeiro. Amamos e nos apaixonamos a todo instante. Somos imbatíveis, invencíveis e até imortais. Nossas drogas nos farão acreditar no improvável. Somos o improvável e acreditamos em nós mesmos, com nossas drogas e arrogância.
Somos incapazes de chorar, somos de ferro, somos impermeáveis. Morrer? É conversa, um verbo que está longe de ser conjugado em nossas vidas. Como sei? Não sei. Mas sei que tenho vontade de viver, e do futuro não sei o que esperar. Não sei nada da vida, mas acho que sei. Cresci. Eu li o que escrevi, e ri... Por quê? Porque agora entendo meus pais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nostalgia




É uma vontade de viver ou um medo de sonhar. Você me pergunta onde estou e eu digo “Só quero estar onde você não está”.
E esse medo de viver nessa vontade de sonhar? Eu só quero saber onde você está.
No meu passado te procuro, te acho, te perco.
Nessa verdade te assombro, você chora, eu te prometo: que amar de verdade como te amei, só no passado e meu presente de viver é teu sorriso engasgado, e essa tamanha estranha solidão que se perde você.
É uma vontade de ganhar que só te faz perder. É essa estrada a prosseguir que não me deixa ver você, e eu te peço “volta correndo pra mim” e você jura que não lhe perdi.
Mentira, sinto saudade, e a saudade nunca mente.
Essa saudade que eu sinto não vai passar ao lhe ver novamente. Não totalmente.
Contento-me com o tempo e não espero ver você.

sábado, 30 de outubro de 2010

Você




Hoje me lembrei da tua boca, ela não estava sorrindo, era apenas uma boca, com o seu formato habitual, com sua seriedade previsível. Então me lembrei de você, do seu jeito de andar, da sua forma de falar, seu jeito de agir, seus gestos e palavrões, me lembrei do seu cabelo desgrenhado e bagunçado pelo vento, me lembrei do tom da sua pele e da sua voz, também me lembrei da sua unha, sua mão, a qual você não sabe onde colocar quando começa a falar. Lembrei-me de você por completo, exceto do seu olhar, não consigo me lembrar como ele é, se é castanho ou azul, com sentimento com distante. Achei que estava ficando louco.
Por que me lembrar de você se não me lembro seu olhar?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Transparente



Eu vi Alice, ela estava linda como sempre, mas seu sorriso mostrava claramente a tristeza que a preenchia.  Ela me olhou, como quem tenta disfarçar o que a inquieta. Eu a conheço, ela não é assim, ela está assim, ou estava. Soube que eu era o que ela precisava, e ao mesmo tempo o que ela mais precisava evitar. Tudo o que eu podia dar, ela não queria receber, e quando eu queria fugir, tudo o que ela fazia era me prender.

Alice, minha Alice, ingênua, não conhece a si própria, não consegue se olhar, não retorna o olhar de quem  a quer amar. Eu a entendo, de alguma forma, sei que só eu posso fazê-la entender que não pode entendê-la.

Alice joga seu cabelo, joga na minha cara o que eu não quero ver, Alice provoca, chega perto, se afasta, e some, e ninguém sabe quando volta. Nem ela sabe. Nem você, Alice.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Apenas Mais Um



Desperdício de amor causado pelo ódio. Vício de tédio causado pelo fastio.
A vontade de perder, provida da preguiça. Os olhos cheios de lágrimas: resultado de uma verdade.

domingo, 19 de setembro de 2010

Imagem



Sorrisos vazios são os mais comuns.
Sempre fujo do comum, do convencional. Fico longe dos sorrisos vazios, de pessoas vazias, e principalmente de palavras vazias.
Acho que tudo tem que estar sempre transbordando, desde o copo até grito. Seja de matéria ou sentimento, o importante é a diferença. A diferença que se sente do “eu te amo” de mentira, para o de verdade.
Até a relatividade do ódio e do amor, de tudo, tudo pode ser diferente, até aquilo que você não entende. O que fazer pra entender? Transbordar, seja de matéria ou sentimento, não importa, a essa altura, já é indiferente.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

i9





Inovar. Tente sempre inovar, é o segredo pra tudo.
Se olhe no espelho, faça caretas.
Tire fotos, tente ser sexy, depois morra de rir com suas caras.
Conte piadas sem graça e morra de rir com elas.
Jogue pedras na janela da pessoa que você ama e diga o quanto ela é especial.
Tome banho de piscina a noite pegue um resfriado e falte a prova de química.
Dê banho no cachorro e se molhe todo.
Apague a luz e tire fotos, depois fique procurando fantasmas no escuro.
Chore muito no ombro de alguém, depois ria de tudo.



(É bem provável que você não encontrará mais textos no mesmo estilo desse aqui)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cíclico



Nunca me senti tão sozinho.
Sou a cinza do incenso.
Sou como a única fresta de sol que entra no quarto.
Sou como a única lágrima de um choro falso.
Sou como meus erros de português.
Sou a falta que sinto de um futuro próximo.
Sou a insistência de chegar, entrar e permanecer.
Sou o texto confuso e incompleto de um poeta bêbado, a imaturidade da criança, a tristeza sem fim, as surpresas desnecessárias, a espuma que transborda do copo.
Sou o homem, a mulher, o viado, o covarde, o babaca, a vaidade.
Sou o amor, o silêncio e a dor.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Incompleto



Já chegou? Pensei que ia demorar mais, minha querida! Não, não vá embora, não estou lhe expulsando. Na verdade esperei ansiosamente sua chegada, mesmo que não tenha trago suas malas para ficar de vez aqui comigo. Quero que me faça um pouco de companhia, quando sentir sua hora chegar, não quero lhe forçar nem lhe prender.


Mas fico só no improviso quando prefere ficar longe de mim. Eu posso até não significar nada pra você, mas és o principal motivo para eu escrever, fotografar, atuar, me socializar... Fico feliz que esteja aqui agora, mesmo que de passagem.


...E então, o que faremos juntas?! Como? Já se vai? Fique... Tudo bem, nada de forçar, já entendi, querida. Mas antes de ir, escute meu pedido:
Não se vá para sempre. Não fujas de mim, inspiração, pois você é quem faz de cada ato, de cada arte, cada momento, diferente e único de uma forma positiva... Você... Inspiração!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010




Boa noite, que bom ver você aqui...  Não tenho idéias pra escrever quase nunca, e agora não é uma exceção. Estou buscando no meu alterego um assunto sobre o qual compartilhar com vocês. Não faço a mínima idéia do que postar, mas o tédio, a tristeza, a insegurança (e até mesmo o frio de alguma forma) me incentivaram a criar um blog e postar algo nele. Aqui estou, vamos ver no que vai dar.

Eu tenho vontade de escrever, muita. Mas essa vontade não é proporcional a minha inspiração e ao meu número de idéias e conceitos. Confesso que me importo com o que vão achar do que eu vou escrever, e confesso também que tenho vergonha e medo de errar e/ou não agradar. Bem, pelo que parece, hoje esses sentimentos me deixaram, e deram lugar a ousadia de escrever palavras em vão. Como é pra inaugurar o blog, não vou me preocupar muito em escolher um tema, não vou falar sobre nada.
Tenho quase certeza que não vou postar muita coisa além desse primeiro post... Alias, não vamos ter idéias precipitadas sobre o blog.
Vamos fazer o seguinte? Você finge que espera ansiosamente um novo post meu, e eu finjo que tudo que eu quero é postar algo novo, que tal?